O Vício por Pornografia é Real?

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A maioria dos homens acessa pornografia pela internet, e muitas mulheres também adoram esse conteúdo, porém, para algumas pessoas, a obsessão pela grande variedade deste tipo de material pode estar a apenas um clique de distância.

Erica Garza, autora de Getting Off, é a voz recente mais ativa sobre o assunto e afirma que o vício em pornografia é uma verdadeira condição médica. Ela diz que seu novo livro é uma visão intensa da sua própria jornada pessoal através de sua obsessão e recuperação.

“Aos 30 anos de idade, aos 24 ou até mesmo aos 12 anos de idade era impossível que eu pensasse sobre prazer sexual sem me sentir imediatamente envergonhada”, disse Garza. “Me sentia mal pelo tipo de pornografia que eu via. Me sentia mal transando com pessoas que eu não gostava. Me sentia mal pelos pensamentos que me deleitavam quando estava tendo relações sexuais com pessoas que eu realmente amava”.

Embora não se possa negar que o que Garza viveu é tão real e prejudicial para a sua psique, não existe um consenso real nas comunidades científicas e médicas de que o vício em pornografia é real.

O Dr. Justin Lehmiller, professor de psicologia social na Universidade Ball State, localizada no estado de Indiana dos Estados Unidos, diz que o uso excessivo de pornografia não se encaixa no modelo de um vício típico.

“A pesquisa neurocientífica revelou que o que acontece dentro dos cérebros dos chamados ‘viciados’ por pornografia não é o que você esperaria de pessoas que realmente têm algum vício”, escreveu Lehmiller para um site norte-americano.

De acordo com o especialista, algumas pessoas têm problemas para regular o uso da pornografia, e não há nenhuma dúvida sobre isso – a única coisa é que parece que esse problema não é de natureza de “adição”, como por exemplo o que ocorre com o uso de drogas e álcool.

No entanto, a revista Psychology Today observa que as pessoas que se autodiagnosticam como viciados em pornografia geralmente relatam um conjunto semelhante de sintomas, que incluem sentimentos intensos de vergonha e culpa, conforme descreveu Garza.

Estudos mostram que a culpa está muitas vezes vinculada a um fundo religioso rigoroso, o que torna as pessoas mais propensas a se autodiagnosticarem como “adeptas do pornô”.

Procurar por alguns vídeos pornô na internet não significa que você esteja correndo o risco de se tornar um viciado ou obsessivo em pornografia, porém, se você possui certo tipo de personalidade, pode valer a pena prestar atenção ao seu hábito de acordo com o Dr. Lehmiller.

“Embora a pornografia não esteja vinculada a resultados negativos em geral, existem certos subconjuntos de pessoas para quem isso pode ser algo problemático, e então é necessário realizar mais pesquisas para poder determinar para quem a pornografia pode ser prejudicial e em que circunstâncias”, escreveu o especialista.

Quanto a Garza, ela não se vê mais como uma viciada graças a um programa de 12 passos, a um casal simpático que a ajudou, à yoga e à terapia. Ela diz que ainda assiste pornografia quando quer, porém, com uma perspectiva mais saudável.

“Eu percebi que não estou sozinha, e está tudo bem”, disse ela ao New York Post. “Eu só queria parar de sentir vergonha, e eu fiz isso”.

Em suma, se você passa o tempo todo assistindo ou pensando em pornografia, mais do que a maioria das pessoas, ou do que consideraria normal, seria interessante prestar atenção nesses seus hábitos.

Você assiste à pornografia quanta vezes por semana? Acredita que possa estar mais do que o normal, chegando próximo ao vício? Comente abaixo!

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