Você para, faz pose, encontra o melhor ângulo, tira uma selfie, envia para o seu namorado. Ele olha por 30 segundos e essa imagem se dissolve como que no éter.
O aplicativo Snapchat é usado exatamente sob essa suposição básica da impermanência da imagem, mas mesmo essas imagens que se desmaterializam, sejam elas sexy, bobas ou de algo simples e cotidiano, correm o risco de estarem guardadas em algum servidor perdido e que outras pessoas possam ter acesso.
Em vez de estarem guardadas de baixo da cama do seu amado, essas queridas imagens íntimas se tornam residentes involuntárias de uma espécie de cemitério digital lotado com status, imagens, tweets e pixels deletados.
A tecnologia tem desempenhado um papel de como se fosse uma terceira parte em um relacionamento íntimo.
O fotógrafo Ecan Baden começou a narrar a importância deste tipo de imagem anos antes do reinado desses aplicativos. Em 2008, ele começou um projeto inspirado pelo Motorola Razr, que pesquisava como o ato de enviar mensagens com conteúdos mais eróticos/sexuais – o que em inglês é chamado de “sexting” – tem influência em como cada um aborda a sua sexualidade.
Inicialmente ele estava interessado em como a tecnologia influenciava a maneira de como as pessoas se comunicavam de forma mais ampla, mas acabou se deparando com um site que fez com que ele focasse o seu projeto especialmente na sexualidade. Quando deu início ao projeto, sellyoursextap.com se proliferou como uma página que daria aos espectadores o acesso aos relacionamentos íntimos dos casais do interior.
Baden descobriu que o efeito de “atuar” o que pode ser melhor dito como “fazer parte/aparecer” em um filme que você soubesse que seria visto por milhares de pessoas, se tornaria uma importante parte do ato de ter essa relação sexual. Os casais frequentemente acabavam fazendo poses que eles acreditavam que chamaria a atenção do público em vez de interagir com a (ou as) outras pessoas.
Tendo isso em mente, ele decidiu recriar esse “efeito” em um projeto de fotografia, o qual nomeou de “Technically Intimate” (Tecnicamente Íntimo), para o qual pesquisou esse tipo de pessoa que postava suas fotos sensuais e convidou modelos voluntários para participar.
“O processo de encontrar modelos para este projeto foi um processo muito importante para mim, porque eu queria que o assunto tratado em minhas imagens aparecesse o mais real e verdadeiro possível,” contou Baden.
“Eu também gosto de fotografar pessoas que não estão acostumadas a estarem na frente da câmera (pelo menos não profissionalmente), porque eles carregam um constrangimento de não saber muito bem como se colocar, posar, algo que dá certo constrangimento, o que pode ser visto nas imagens que fiz.”
O constrangimento que ele está se referindo vem da rigidez das poses das modelos. Ao invés de expressar confiança interior ou desejo, eles estão reencenando cenas e poses que já foram vistas em outros lugares. Uma menina ajoelha-se, com as pernas afastadas, e segura o seu telefone lá em cima, inclinando-o para baixo para ter o melhor ângulo.
“Não há muita originalidade nas imagens tiradas de si mesmo, as selfies que permeiam a internet, e muitas dessas poses tendem a imitar a pornografia profissional ou modelagem hiper-sexual”, disse Baden. “Eu não acho que as fotos tiradas dessa maneira são capazes de transportar uma intimidade. Eles são para o prazer sexual, nada mais.”
Baden acrescenta que ele se sente desconectado da geração criada com esses dispositivos portáteis, e o desenvolvimento de comunidades online. Enquanto ele admite que a comunicação digital tem suas vantagens – ele e sua esposa estão por muitas vezes separados e por longos períodos de tempo devido a viagens, e entram em contato de qualquer maneira possível – ele diz que “nenhuma quantidade de tecnologia é o suficiente para igualar poder ver cara a cara um ao outro.”
“Acredito que as pessoas nativas da geração digital sentem que o envio de imagens sexuais denota um ato de intimidade”, diz ele. “Considerando que eu acho que quando uma imagem é enviada, qualquer significado emocional que pode ter existido entre o emissor e o receptor é cortado, e para o remetente, isso apenas se torna um corpo pornográfico (geralmente sem cabeça) enviado para o receptor consumir em seu lazer e quando queira”.
No entanto, o projeto de Baden não é totalmente cínico. Embora o ponto focal de cada um de seus quadros seja sempre uma garota estilo manequim ou um menino posando puramente para dar prazer, ele deixa espaço na moldura para mostrar os quartos desarrumados, realistas onde normalmente essas selfies são tomadas.
“As imagens geralmente contêm um corpo bastante substituível, colocado de uma forma bastante intercambiável, mas ainda assim os quartos eram únicos. Eles dizem algo mais sobre a pessoa que está se retratando”.
Bandeiras de faculdade, poster da Audrey Hepburn, almofadas que não combinam, fotos dos amigos, embalagens de alimentos, entre outras coisas são usadas para preencher os espaços vazios e revelar um verdadeiro e íntimo olhar para a vida interior de cada pessoa.
Veja algumas fotos do seu trabalho abaixo e visite o site do fotógrafo http://www.evanbaden.com/
[sc:muito-bom-de-cama-depois-artigo]
Façam selfies sexuais com seus namorados e guarde para mostrar para seu futuro marido ( a probabilidade de um marido acabar confessando o desejo de saber sobre o passado sexual da esposa é muito grande ).
Vc não imaginam o quanto esses selfies irão proporcionar ao casal, momentos de muita cumplicidade e tesão...