Pode até ser um tipo de piada muito ruim: “Mãe, o que é o tempo? – Bem, é à medida que usamos para saber quanto as coisas duram”. Então, quanto tempo deve durar o sexo? A pergunta é mais interessante do que uma simples piadinha, já que a questão surge como resultado da tentativa de se tornar um amante melhor, ou seja, como resultado de querer que suas parceiras desfrutem ainda mais da intimidade.
E isso tudo fica ainda mais complicado quando é introduzida a variável do tempo. Por exemplo, há beijos que parecem que duram horas e horas, assim como finais de semana que desaparecem em minutos – que pode ser a maioria para muitos.
Poderia parecer algo tão subjetivo que não se possa falar de maneira alguma, e mesmo assim, isso é precisamente o que lhe confere um caráter comum, uma possibilidade de objetivá-lo. Quanto tempo dura uma relação sexual? Uma dica adiantada: o que realmente vela a pena é fazer a “coisa bem feita’.
O tempo cronológico estabelece os limites do suficiente e do necessário, enquanto que a intemporalidade das sensações das pessoas exige a eternidade dos sentimentos, sobretudo, dos que são considerados recíprocos.
É assim que todas as pessoas coexistem com a frustração, como pensar ser um bom amante e perceber que suas parceiras esperavam muito mais. Há muitos anos que a sexualidade foi vivida pensando que em relação à transa, quanto mais, melhor. E o simples fato de “aguentar” horas na cama era sinônimo de dar à outra pessoa “o que ela precisava” para ser feliz.
Durante quase uma década, a ciência tem difundido os estudos realizados sobre este assunto, desmantelando o mito de que, para ter uma vida sexual agradável, a relação sexual deve se prolongar por horas e horas.
No ano de 2015, o Dr. Irwin Goldstein realizou uma pesquisa com 1.500 casais heterossexuais. Tratava-se de algo muito simples, as mulheres mediram o tempo que durava o sexo com um cronômetro, e mais tarde, os passavam por escrito para o pesquisador. A média foi de 7,3 minutos.
Três anos mais tarde, Eric Corty realizou uma pesquisa com 50 casais para saber o grau de satisfação que eles alcançavam em função da duração do relacionamento sexual. Os resultados foram os seguintes:
A pesquisa de Corty incluiu um questionário prévio que mostrou que ambos os sexos queriam que a excitação antes da relação sexual fosse maior. Na verdade, geralmente é nessas preliminares quando o carinho e a atração são demonstrados para a outra pessoa.
Dedicar o tempo necessário ao outro é o mesmo que destruir os cronômetros em nome da sensualidade. Um passo que, definitivamente, tem que acontecer para que os casais possam desenvolver toda a sua sexualidade superando o obstáculo do tabu, e isso só é possível quando você prova o que deseja… O que o casal quer!
Claro, isso não significa que você tenha que concordar em fazer o que não gosta, mas representa que muitas das coisas que não pratica na cama (ou onde quer que você tenha relações sexuais) nem se quer passa pela sua cabeça (ou está escondido na câmara mental do proibido!).
O tabu só pode ser eliminado brincando, jogando, testando e dedicando tempo para satisfazer, gozar e sentir prazer pela excitação do outro.
O fato de se divertir acaba com vários rótulos que as pessoas acabam colocando em algumas práticas sexuais. Quem nunca os utilizou? Sujo, depravado, nojento… até que irá se dar conta de que uma dessas “perversões” proporciona muito prazer, e então irá aprender que são “apetites” super normais quando contar para os seus melhores amigos.
Como por exemplo, com o bondage irá descobrir que ao se amarrar fisicamente, estará se desamarrando emocionalmente; ou, começando no BDSM, que os chicotes te excitam muito, ou que o ânus também é uma fonte de prazer, assim como várias outras coisas e partes do corpo.
Quando se dedica tempo durante as preliminares para materializar suas fantasias, não apenas irá prolongar a duração do sexo (até porque as preliminares já são sexo) se não que irá preparar uma transa mais prazerosa.
Além do mais, provavelmente dará no mesmo o fato de quanto tempo irá durar a penetração, porque o seu corpo estará disposto para o orgasmo (ou inclusive já terá alcançado!). E tem mais, pode ser que nem se importe mais em alcançar o clímax, porque a própria brincadeira já terá valido a pena.
Conclusão: não existe a “duração ideal do sexo”, porque o ideal é desenvolver a sua sexualidade livremente, não há necessidade de relógios.