A dor de cabeça não é uma desculpa esfarrapada para a mulher fugir do sexo. Uma nova pesquisa publicada em abril desse ano demonstrou que dores de natureza inflamatória, como a dor de cabeça, afetam a mulher mais do que se imaginava. Ao contrário do que algumas pessoas dizem, que o sexo pode curar todos os males, um grupo de pesquisadores da Universidade McGill, Canadá, descobriu que a dor de cabeça feminina pode ser uma evolução da nossa espécie.
A pesquisa foi feita com ratos. Fêmeas e machos foram colocados em um ambiente só. Porém, as fêmeas que possuíam algum tipo de inflamação passam pouco ou nenhum tempo com outros machos em comparação com as fêmeas que não tinham nenhuma inflamação. Uma vez tratadas, estas fêmeas rapidamente voltaram a acasalar com seus parceiros. Já com os machos, o resultado foi diferente. Aqueles que possuíam algum tipo de inflamação continuaram com o mesmo apetite sexual.
O professor de psicologia e co-autor da pesquisa Jeffrey Mogil disse que “sabemos a partir de outros estudos que o desejo sexual da mulher depende muito mais do contexto do que o dos homens, mas se isso é uma questão biológica ou social/cultural (…) ainda não se pode afirmar com certeza”. No entanto, ele acredita que este novo estudo aponta para o fato de que se outras fêmeas de outros mamíferos apresentam o mesmo comportamento, a causa pode ser uma questão evolucionária.
[sc:artigos_relacionados]A hipótese faz todo sentido. As fêmeas são responsáveis pela reprodução e procuram sempre se reproduzir com machos saudáveis. Quando elas sentem algum tipo de dor, isto significa que algo não vai bem com a saúde delas e uma gravidez poderia ser fatal tanto para ela, quanto para o bebê.
“Ora, mas uma dor de cabeça é só uma dor de cabeça boba”, você pensa. A questão é que para o nosso cérebro, dor é dor e ele não categoriza as coisas de forma consciente, mas de forma instintiva. Portanto, é possível que o cérebro das mulheres interpretem dessa forma a dor de cabeça delas.
Pesquisas anteriores já tinham apontado para resultados semelhantes. Em 2013, pesquisadores da Universidade da Georgia descobriram que mulheres na menopausa têm um fluxo sanguíneo irregular no cérebro, o que explicaria em parte a baixo libido dessas mulheres. Outras várias pesquisas, como uma publicada na Universidade do Texas também em 2013, já sugeriram que homens têm um impulso sexual maior que o das mulheres e que é pouco afetado por fatores externos e internos.
O próprio professor Mogil diz que ainda não é possível afirmar com precisão as consequências da descoberta, mas que ela aponta para novas possíveis pesquisas. Por exemplo, entender melhor que tipo de doença e dores afetam o comportamento sexual de homens e mulheres e também como certos medicamentos têm efeitos negativos na libido. Dessa forma, será possível minimizar ou até mesmo eliminar estes efeitos negativos.
Ou seja, amigo, para você o que muda é que, quem sabe no futuro, o tratamento para dor de cabeça seja mais eficaz! Por enquanto, o jeito é dar um analgésico para ela e deixá-la descansando até que vocês possam voltar a movimentar os lençóis.
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