As raízes do pornô datam do Renascimento. Mas, com a era digital, o pornô está novamente em renascimento. Com laptops, conexão de alta velocidade, telefones celulares e tecnologias inovadoras, o pornô pode ser consumido em qualquer lugar e a qualquer hora. A tecnologia democratizou o acesso à pornografia e trouxe prós e contras a essa história.
Confira as principais transformações das últimas décadas.
Na indústria mainstream, a pornografia que eliminou tramas e trajes caros está em alta. Cerca de 95% das produções atuais são desse estilo, com muito menos recursos do que os longa metragens de antigamente.
O tempo e os produtores alocados em um único projeto têm sido reduzidos de forma constante nas últimas décadas: nos anos 70, na chamada era dourada do pornô, as produções eram muito caras (o infame Garganta Profunda foi lançado em 1972). Após a invenção do videocassete, em 1980, e da filmadora, em 1985, a pornografia ficou muito mais acessível e barata. A Internet acelerou o processo e atraiu muitos amadores para o mercado.
Já se foram os dias de locação de vídeos para assistir pornô. Agora, você pode assistir o que quiser em qualquer lugar, a qualquer hora. O Pornhub relata um salto de 1424% no tráfego móvel para seu site desde 2010, enquanto a Nielsen Company avalia que 29% da força de trabalho adulta americana assistiu pornografia em um computador do escritório apenas em março de 2010.
Embora seja muito inferior aos homens, o consumo pornográfico por mulheres também está em ascensão nos últimos anos. O Pornhub aponta que, em 2016, 26% dos telespectadores em todo o mundo eram mulheres – contra 23% em 2014. Mesmo assim, é difícil obter números precisos, uma vez que as pessoas não falam abertamente sobre os hábitos de consumo da pornografia.
Depois que a consciência sobre a AIDS cresceu na década de 1980, o uso de preservativos na pornografia teve um impulso, especialmente na pornografia gay. Em seguida, veio a AIDS Healthcare Foundation (AHF), uma organização que começou a fazer lobby pela obrigatoriedade dos preservativos depois que uma estrela pornô teve teste positivo para HIV e infectou outros três artistas. Finalmente, em 2012, Los Angeles baniu filmes que não incluíssem o preservativo.
No ano passado, a Califórnia votou contra uma iniciativa apoiada pela AHF que exigiria o uso de preservativos em filmes pornográficos em todo o estado e muitos artistas celebraram o que consideraram a vitória do seu direito de decidir sobre os próprios corpos. Agora, a lei de LA não será mais aplicada – o controle está de volta nas mãos da indústria.
É muito mais difícil para as estrelas pornô obterem contratos de vários filmes. Em vez disso, geralmente são pagas por ato ou cena. Esse é o resultado da redução de orçamento dos estúdios e do crescimento de sites como Pornhub e Redtube. Essencialmente, as pessoas estão assistindo ao pornô sem pagar por isso.
A pirataria custa à indústria cerca de US$ 2 bilhões por ano. De acordo com Mark Spiegler, um agente de talentos do ramo adulto, na virada do século, uma estrela mediana do sexo feminino poderia lucrar cerca de US$ 100.000 por ano. Hoje, esse número está mais perto de US$ 50.000. Com mais artistas competindo por menos papéis, os atores têm uma renda da classe média.
Basicamente, mais pessoas estão assistindo ao pornô porque há mais pornografia produzida para lésbicas, queers e pessoas trans. E sim, sempre houve pornô fora do padrão, mas a quantidade está aumentando, e por isso a visibilidade também cresce. Em meados dos anos 90, empresas como NoFauxxx.com e CrashPadSeries.com começaram a trabalhar uma gama de identidades de gênero e o termo pornografia queer entrou no dicionário.
Por outro lado, a redução do orçamento dos grandes estúdios e dos lucros motiva produtoras independentes, como a Pink & White Productions.
A visibilidade e a popularidade de outros tipos de corpos está crescendo. Das 10 maiores estrelas de pornografia feminina dos anos 90, quase todas colocaram próteses de silicone nos seios. Nos últimos anos, corpos mais naturais ganharam atenção do mainstream e cada vez mais fãs. A demanda por conteúdo com estrelas de corpos maiores também é alta.