Não tem como fugir ou negar: as brigas e discussões são coisas que inevitavelmente fazem parte da vida de um casal. Afinal, são pessoas diferentes, criadas de maneiras diferentes, com opiniões e crenças que nem sempre estarão em concordância, dividindo a vida.
Dito isso, o problema em si não está somente no fato deles brigarem, mas sim com a forma que eles escolhem para resolver as suas discussões. Uma atitude equivocada pode ser a diferença entre fazer as pazes ou ficar mais uns dias sem falar direito com a pessoa amada.
Pensando nisso, hoje trazemos uma lista com 17 dicas de especialistas que podem ajudar os casais a solucionarem os seus desentendimentos, como você confere a seguir:
Uma pesquisa feita em 2010 por professores das Universidades de Harvard e Yale e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, sigla em inglês), nos Estados Unidos, mostrou que quando as pessoas se sentam em uma cadeira dura feita de madeira, elas tendem a ser menos flexíveis. Já quando estão em um assento mais acolchoado, como um sofá por exemplo, ficam mais propensas a serem complacentes, o que pode levar a resolver um problema de forma mais simples e rápida.
Por isso, da próxima vez que precisar solucionar uma discussão com o seu amado, em que os dois precisem ceder, experimente chamá-lo para uma conversa aconchegante no sofá.
A terapeuta de Nova Iorque, nos Estados Unidos, Irina Firstein disse que começar uma conversa com a palavra “você” dá a impressão de que a pessoa está fazendo uma acusação ao parceiro. Isso pode deixá-lo na defensiva e facilitar que ocorra uma discussão.
Para evitar que isso aconteça, a sugestão é iniciar usando a palavra “eu”, com sentenças do tipo “Eu tenho algo que preciso dividir com você”, completou a terapeuta.
O conselho da psicoterapeuta Jenn Mann é combinar com o companheiro que quando as discussões ficarem muito tensas, vocês podem pedir uma pausa na conversa. Mas para não causar maiores problemas, determine exatamente qual é o tempo que você precisa para relaxar e esfriar a cabeça.
Por exemplo, dá para tirar cinco minutos, dar uma caminhada ou deitar por meia hora e repensar o que aconteceu, avaliando a situação com mais clareza e dando tempo para deixar a raiva passar.
Outra dica da terapeuta Irina Firstein é colocar a mão no coração e olhar para a pessoa amada, enquanto estiver argumentando com ela. “Mostra que você está falando do coração. Isso pode amenizar o clima”, explicou.
Chame sua parceira para fazer uma atividade física com você, como corrida ou uma sessão de musculação na academia e aproveitem para descarregar a tensão ou raiva que possam estar sentindo por conta de uma briga na realização do exercício. Mais tarde, aproveite para conversar e perguntar como ele se sente ou o que está a acontecendo, como indicou a terapeuta e especialista em relacionamentos, Rachel A. Sussman.
Antes de ter uma conversa importante, para resolver algum problema com o amado, experimente segurar as mãos dele. Como disse a terapeuta Lori Gottlieb, o contato físico libera um hormônio chamado oxitocina no organismo, que dá a sensação de prazer.
“Você ficará admirado como é difícil levantar a voz para alguém que está segurando as suas mãos”, completou Gottlieb.
Em vez de ficar reclamando de alguma atitude da parceira, como o fato dela ficar mexendo no celular o tempo todo ou não querer sair para um jantar romântico, o que pode terminar em uma discussão, que tal sugerir algo que possa fazer com que ela mude sua atitude?
Você pode convidá-la para assistir a um filme ou tomar um vinho com ela e pedir que os celulares fiquem desligados, ou chamá-la para jantar em um restaurante bacana que os dois gostem. A recomendação é da terapeuta Jean Fitzpatrick.
Outra dica de Fitzpatrick é não deixar para discutir com a amada logo antes de ir dormir, para não correr o risco de ficar remoendo a discussão durante a noite toda. Se a conversa for inevitável, diga a ele que vocês precisam se falar e peça um tempinho depois do jantar.
Fitzpatrick também aconselhou a pensar melhor antes de falar com sua companheira sobre algo que ela disse ou fez que possa ter incomodado. A dica é primeiro conversar consigo mesmo, procurar entender os próprios sentimentos sobre o ocorrido e encontrar uma forma de se expressar a ela de maneira calma e construtiva, sem explodir ou já chegar gritando com a parceira.
Um problema que surge nas discussões é que as pessoas podem fazer e dizer coisas que na realidade não queriam, mas acontecem por conta do calor do momento, e que machucam a pessoa amada. É para evitar que situações como essa aconteçam que a recomendação da psicoterapeuta Jenn Mann é bastante benéfica.
Ela indica que o casal deve estabelecer algumas regras para quando brigarem, como não xingar o outro e não segurar o outro com força, além de outras atitudes que vocês dois achem ofensivas.
A chamada “fase da negociação” é aquela etapa do relacionamento em que os primeiros meses de namoro – em que tudo é muito fofo está tudo a mil maravilhas – já passaram e começa o período em que os dois estão se definindo como um casal e devem enfrentar os desentendimentos que surgem. Pode ser que nessa fase aconteçam mais brigas, mas isso não quer dizer que o relacionamento não esteja bom.
Como explicou Mann, é o momento em que eles procuram entender como satisfazer as próprias necessidades, sem deixar o que importa para o outro de lado. É provavelmente nessa fase que o casal descobre quem precisa ceder em que aspecto. Pode parecer difícil, mas uma vez superada a situação, a tendência é que o relacionamento amadureça.
Chamar o seu amor pelo nome pode soar um tanto quanto formal e causar distância entre os dois. Por isso, para ficar mais próximo, crie um apelido carinhoso, de preferência um que apenas você a chame dessa maneira.
“Abaixe o tom de voz e use um apelido carinhoso, para mostrar que você gosta dela”, aconselhou a terapeuta Lori Gottlieb.
Ao perceber que você e sua parceira estão brigando sempre pelos mesmos motivos e que não conseguem resolver o problema ou que alguém está se sentindo anulado na relação, o caso pode ser mais sério do que você imagina. Por isso, não sinta medo ou vergonha de pedir uma ajuda profissional.
Como explicou a psicoterapeuta Jenn Mann ao Buzz Feed, mesmo que vocês estejam juntos há poucos meses e um dos dois ache muito cedo para fazer terapia de casal, tente ao menos experimentar o aconselhamento de um profissional. “A maioria dos casais precisa aprender como se relacionar, e quanto antes aprenderem isso, provavelmente melhor será o relacionamento”.
Fitzpatrick explicou que apesar dos sentimentos serem importantes, eles são mais úteis quando usados para fazer algum tipo de mudança no relacionamento. O conselho da terapeuta é em vez de apenas desabafar o que está sentindo, deixar que eles te mostrem o que você acha que precisa mudar na relação.
Sair falando mal da própria namorada ou esposa para os amigos pode não ser uma escolha muito esperta, especialmente se vocês ainda não fizeram muito progresso na resolução de uma briga. É que, como disse Gottlieb, isso pode fazer com que você fique com mais raiva ainda.
É claro que desabafar com os amigos não é proibido, mas o recomendado pela terapeuta é esperar que vocês estejam mais próximos de encontrar uma solução, para que você consiga enxergar as coisas com mais clareza.
Não é preciso estar sofrendo uma crise no relacionamento para ir atrás de uma terapia de casal. A ajuda profissional pode ser bastante útil até para os noivos, por exemplo.
Gottlieb contou que já recebeu vários noivos em seu consultório para conversas, como aquelas que costumam ocorrer com padres, pastores e rabinos antes da cerimônia. Em apenas quatro sessões, a terapeuta orienta os futuros casados em relação a temas como dinheiro, crianças, trabalho e resolução de conflitos.
Às vezes pessoas próximas a nós, como a nossa parceira, passam por problemas sentimentais ou psicológicos que, por mais que tenhamos boa vontade e as melhores intenções, sozinhos não conseguimos ajudar a resolver a situação. Então, chega a hora de incentivar essa pessoa a tentar se conhecer melhor, entender o que está acontecendo consigo mesmo e a tomar uma posição, buscando a ajuda profissional de um terapeuta.
“Se estamos sofrendo com um problema, temos que tomar responsabilidade por ele e buscar a terapia”, afirmou a psicoterapeuta Jenn Mann.